Muitas vezes a raiz de um sentimento de inferioridade nasce lá na infância, quando a criança, ainda completamente dependente de seus pais, não se sente cuidada, se sente abandonada, desamparada, não tem suas necessidades emocionais supridas. Vou compartilhar uma antiga estória, para refletirmos sobre esse sentimento.
"O VELHO, O MENINO E O BURRO"
Um velho homem, precisando de dinheiro, resolveu vender o burro que tinha. Chamou o seu netinho para ir com ele levar o burro ao mercado, que ficava distante das terras onde moravam. Foram a pé, pois o avô acreditou que seria mais fácil vender o burro se ele chegasse descansado. E assim foram, avô e netinho, andando pela estrada, ao lado do burro.
Um homem passou por eles e disse-lhe: “O que vocês tem na cabeça para levar um burro estrada afora sem nada no lombo, enquanto vocês se cansam?”.
🏔 Ouvindo aquilo, o homem montou o netinho no burro, e os três continuaram seu caminho.
Mais na frente, encontrou-se com outro homem, que falou: “Ô rapazinho preguiçoso, que vergonha deixar esse pobre velho andar a pé enquanto você vai montado!”
✔O homem tirou o netinho de cima do burro e montou ele mesmo. Passaram por duas mulheres e uma disse para a outra: “Olhe só que velho egoísta! Vai no burro e a criança a pé, coitada...”.
Ouvindo aquilo, o homem montou no burro, junto com o menino.
Mais na frente, na estrada, cruzou com um viajante, que lhe falou, com indignação: “Vocês querem matar esse pobre animal? Veja como ele está quase morrendo, de tão cansado! Vocês é que deviam carrega-lo!”
📍O homem amarrou as pernas do burro num pau, e lá se foram, avô e netinho, aos tropeções, carregando o animal. Quando chegaram ao mercado, várias pessoas se aproximaram deles, em burburinho, rindo diante da estranha cena. O homem ficou enfurecido, e falou para o seu netinho: “Por mais que a gente tente agradar, não consegue! Meu neto, que nos sirva de lição: É mais tolo, quem dá ao mundo satisfação!”
Encontramos muitas pessoas que adoecem emocionalmente com essa busca eterna por agradar os outros: muitas vezes não se sentem amadas, nem suficientes, não sentem que são boas o bastante, geralmente vivem se comparando com os outros, se sentindo inferiores, envergonhadas pelo que são, não enxergam valor em si.
Muitas vezes a raiz desse sentimento de inferioridade nasce lá na infância, quando a criança, ainda completamente dependente de seus pais, não se sente cuidada, se sente abandonada, desamparada, não tem suas necessidades emocionais supridas.
Como a existência da criancinha depende da atenção dos pais e dos adultos, que deveriam cuidar dela, ela fará tudo para agradá-los, usará todos os seus recursos, desde o primeiro dia, como uma plantinha que se vira ao sol para sobreviver. Perder o amor dos pais, para uma criança, pode representar um trauma, uma dor muito grande. Pessoas que tem esse registro, na sua infância, geralmente, se tornam adultos que dependem exageradamente da aceitação do outro, como se as pessoas representassem seus pais. São pessoas que não se acham dignas de exigir nada de ninguém e querem satisfazer incansavelmente as exigências e necessidades dos outros. Permanecem aquelas crianças, dependentes, mesmo em idade avançada.
Essa pequena estória conecta algo em você? Se você conhece pessoas que podem se beneficiar por essa reflexão, compartilhe esse post com elas, para que isso as ajude a se sentir suficientes, valorizadas, enxergar seus valores, sua importância e seu lugar no mundo❤
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