Nesse reflexão compartilho algumas dicas sobre como podemos nos proteger de situações que nos levam a ficar suscetíveis a ser vítimas de enganos e traições.
💔 Atendo muitas pessoas que buscam a Terapia por estar sofrendo ao passar por situações em que foram enganadas: golpes financeiros; traições (amorosas e financeiras); propaganda enganosa em relação a uma pessoa de quem ela esperava muito e acabou recebendo pouco; ilusões de promessas não cumpridas (em relacionamentos amorosos, profissionais) etc.
💥 Os sentimentos mais presentes nessas situações são os seguintes: raiva (contra si mesmas ou contra quem traiu a confiança), culpa, tristeza, vergonha, arrependimento, mágoa e medo.
🔥 Cito abaixo algumas situações que nos levam a ficar suscetíveis a ser vítimas de enganos e traições e veja, nos comentários, como podemos nos proteger de cada uma delas:
1) Quando estamos regidos por NECESSIDADES que nos escravizam
É importante termos clareza e consciência das nossas necessidades, pois assim não permitimos que elas nos dominem. Existem pessoas mal intencionadas, altamente capazes de um tipo de empatia usada para o mal, pessoas habilidosas em entender como funcionamos, quais são as nossas motivações, desejos e necessidades, e usam isso para nos manipular, com golpes e crimes, lembrando de um ditado que diz: “50% do poder de uma mentira está na vontade da pessoa enganada em ser enganado”, ou seja, o enganador se aproveita das nossas necessidades que nos deixam frágeis e vulneráveis. Isso não significa que somos “culpados” por termos sido enganados, mas significa que estávamos tão necessitados de algo e isso nos deixou vulneráveis a ponto de alguém ter usado nossa necessidade para nos manipular, de tão obcecados que estávamos, a ponto de não enxergamos as evidências e os sinais de perigos (às vezes sutis, às vezes gritantes) que foram emitidos, uma vez que escolhemos enxergar só o que comprovava os nossos desejos e necessidades.
2) Desconexão com os nossos Valores, com nossa Espiritualidade
Quando nos distanciamos dos nossos valores vamos perdendo nosso escudo protetor, aquela proteção que temos quando estamos conectados com nossos valores mais profundos, com a nossa espiritualidade e que nos ajuda a blindar contra o mal e a maldade, pois reforça o nosso Discernimento. É importante termos rituais que renova nossa espiritualidade, nossos valores, o que pode variar desde momentos de orações e meditações, ajudar o próximo em ações sociais etc.
3) Excesso de estresse
Alto nível de estresse, quando por períodos prolongados, geram alterações fisiológicas, produzindo em nosso corpo os chamados “hormônios do estresse” (como é o caso do cortisol, por exemplo), bem como do aumento da produção de glicose (descarregada na corrente sanguínea e podendo causar doenças no fígado e em outros órgãos, diabetes, dor de cabeça, enjoo, formigamento nas mãos e pés e cansaço), glicocorticoides, adrenalina e colesterol, substâncias que, em excesso, aumentam o risco de acidente vascular cerebral, aumenta o tônus muscular (causando tensão, danos posturais e articulares e dor de cabeça tensional), provoca cansaço frequente, fadiga, fraqueza, irritabilidade, mau humor, distúrbios do sono, nervosismo, hipertensão arterial, insônia, enfraquecendo o nosso sistema imunológico. Esse quadro pode nos levar à estafa e até mesmo à “Síndrome de Burnout”, nos deixando desatentos e suscetíveis a sermos enganados, afetando regiões cerebrais (como o hipocampo) que causam esquecimentos (uma vez que nossa memória de curto prazo fica comprometida), redução de foco e atenção e faz com que reagimos emocionalmente de forma mais intensa, pois nossa amígdala cerebral fica mais ativada, evocando memórias emocionais inconscientes e nos fazendo reagir emocionalmente às situações e pessoas sem termos sequer consciência do porque estamos nos comportando daquela forma. Pessoas que sofrem de estresse crônico estão constantemente em alerta, não conseguem relaxar, descansar, ficam irritadas, têm a impressão de não estarem mais no controle de suas vidas. Nenhum organismo pode resistir a um estado de prontidão e tensão crescente por um longo período de tempo.
4) Excesso de Ingenuidade
Muitas pessoas, por terem uma inocência muito grande e pela falta de experiência, imaginam que os outros são honestas e fiéis, como elas são e acabam por estarem mais susceptíveis de serem enganadas. Terão de aprender, com a experiência, que não é possível nenhum tipo de generalização: é um equívoco pensar que todas as pessoas são honestas, da mesma forma que é equivocado pensar que todas são desonestas. Existem pessoas honestas e fiéis, da mesma forma que existem pessoas que vivem passando os outros para trás, por meio de golpes e trapaças.
5) Excesso de otimismo
O Otimismo é uma postura saudável: é a capacidade de enxergar problemas e, ao mesmo tempo, perceber que é possível encontrar soluções para eles. A palavra Otimismo vem do latim optimum, “o melhor” e pressupõe que a vida tem um sentido em quaisquer circunstâncias, mesmo nas mais miseráveis, e que temos a capacidade de transformar criativamente qualquer adversidade em algo positivo ou construtivo, podendo aprender com cada situação.
Porém, tudo em excesso é nocivo e ser excessivamente otimista pode ser desastroso, pode fazer com que a pessoa crie falsas expectativas e se submeta a riscos desnecessários, haja sem prudência, cometa erros de cálculo, viva desconectada da realidade, não se cuide, não faça uma poupança, não tenha reservas financeiras (por acreditar que tudo vai dar sempre certo e não passará por adversidades nem imprevistos), assuma riscos em excesso (sexo sem proteção, não ter plano B etc.). O excesso de otimismo pode ser um mecanismo de defesa para evitar o sofrimento, uma negação da realidade. Da mesma forma que o excesso de pessimismo é ruim, o excesso de otimismo também é ruim, e pode ser catastrófico. A pandemia do Coronavírus que estamos vivendo nesse momento (ano de 2021) é uma prova disso, pois muitas pessoas não acreditam nos perigos da situação que estamos vivendo e acabam não se cuidando.
6) Competências que precisamos desenvolver em nós para nos blindar de ser enganado, novamente
Quando algo acontece conosco podemos olhar para o exterior, para o outro, para a situação, e podemos, também, olhar para nós próprios e aprender, para evitar que a situação se repita, novamente.
Uma reflexão que gosto de fazer é: “passar por essa situação diz o que, sobre mim?”; “Que habilidades posso desenvolver, a partir dessa experiência?” Quando somos enganados com muita frequência, como um padrão, isso pode dizer algo sobre nós:
• Falta de capacidade de nos posicionarmos diante dos outros;
• Excesso de querer agradar os outros;
• Incapacidade de falar não (para nós e para o outro);
• Pensamento mágico (forma de pensar infantil, que faz com que acreditamos que algo será do nosso jeito apenas porque queremos e que o mundo vai se ajustar à nossa maneira de pensar);
• Pensamento de que as coisas nos são oferecidas sem que tenhamos que fazer esforço ou lutar por elas; ingenuidade (acreditar em promessas de lucros excessivamente suspeitas, muito acima da média);
• Imprudência;
• Terceirização da responsabilidade por tudo o que acontece conosco (se fazemos isso, não aprendemos, nunca, pois sempre achamos que o erro é do outro, que a responsabilidade é do outro, e, assim, seremos sempre vítimas, pois não estamos vendo o que está no nosso controle para evitar a repetição das mesmas situações no futuro).
💎 Você já passou por uma situação em que foi enganado ou traído e que te trouxe muita dor? Qual item acima acredita que estava presente naquele momento?
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